
A cerimônia de premiação do Oscar 2017 começou em clima de festa. Justin Timberlake saiu do saguão da entrada cantando “Can’t Stop the Feeling”, música da animação “Trolls” indicada ao prêmio, e fez a plateia de artistas ficar de pé para curtir a apresentação.
Um dos momentos mais esperados da noite foi a premiação a Viola Davis, eleita melhor atriz coadjuvante por “Um Limite Entre Nós”, dirigido e protagonizado por Denzel Washington. Em seu belo discurso de agradecimento, falou sobre a importância de valorizar as pessoas comuns e celebrou a arte dos atores.
“As pessoas me perguntam o tempo todo: ‘que tipo de histórias você quer contar?’ As histórias de pessoas que sonharam. Essa profissão celebra o que significa viver uma vida. Isso é para o August Wilson, que exumou e exaltou as pessoas comuns”, disse emocionada, em homenagem ao autor da peça que serviu de inspiração ao filme.Antes, outro aguardado troféu foi entregue a Mahershala Ali, melhor ator coadjuvante de “Moonlight: Sob a Luz do Luar”. Nos agradecimentos, o intérprete preferiu não repetir o discurso político que fez quando venceu o SAG (sindicato dos atores), há algumas semanas.
Veja galeria com os melhores momentos da cerimônia:
Kevin Winter/Getty Images
Mahershala Ali confirmou o favoritismo e venceu o Oscar de melhor ator coadjuvante por "Moonlight: Sob a Luz do Luar"Kevin Winter/Getty Images
Jimmy Kimmel é o mestre de cerimônias do Oscar 2017: sobram piadinhas sobre o presidente Donald TrumpKevin Winter/Getty Images
Justin Timberlake abriu a cerimônia cantando "Can't Stop the Feeling", música da animação "Trolls" indicada ao Oscar
As derrotas de “La La Land”
Concorrendo em 14 categorias, o musical “La La Land” tinha chances de ganhar 13 prêmios, já que foi duplamente lembrado em melhor canção. No início da premiação, acumulou derrotas em mixagem de som (“Até o Último Homem”), edição de som (“A Chegada”) e figurino (“Animais Fantásticos”).
Blockbusters
Correndo em paralelo às categorias principais, blockbusters também beliscaram prêmios. “Esquadrão Suicida”, alvo preferencial da crítica em 2016, venceu melhor maquiagem, enquanto “Animais Fantásticos e Onde Habitam”, derivado de “Harry Potter”, abocanhou o prêmio de melhor figurino.

Jimmy Kimmel: a guerra de Hollywood contra Trump
Em seu monólogo inicial, o comediante Jimmy Kimmel comentou de passagem alguns dos indicados e não deixou de cutucar Donald Trump. “Ano passado, o Oscar era racista. Esse ano, não”, disse. “Os negros salvaram a Nasa e os brancos salvaram o jazz”, brincou, fazendo referência a “Estrelas Além do Tempo” e “La La Land – Cantando Estações”.
“Nos Estados Unidos, não temos discriminação de países. Mas de idade e peso”, ironizou Kimmel, em referência às estrelas de Hollywood. Trump voltou ao discurso de Kimmel quando o comediante falou sobre Meryl Streep, recordista entre atores e atrizes com 20 indicações.
“Atriz superestimada”, disse o apresentador, lembrando o termo usado pelo presidente americano no Twitter, em resposta às críticas feitas pela atriz no Globo de Ouro.
Em outro momento, Kimmel reforçou as rusgas entre Donald Trump e Hollywood. Ao apresentar Cheryl Boone Isaacs, presidente da Academia de Hollywood, ele reforçou que “aqui temos uma presidente que se importa com as artes”.
Os discursos anti-Trump continuaram na premiação de melhor filme estrangeiro. “O Apartamento” desbancou “Toni Erdmann”. No palco, foi lida uma carta do diretor Asghar Farhadi, que se recusou a ir à cerimônia por causa da polêmica lei de imigração imposta por Trump.
“Os cineastas podem usar câmeras para criar empatia entre nós e os outros. Uma empatia de que precisamos hoje em dia mais do que nunca”, diz a missiva.
Veja os vencedores (em negrito) da estatueta no Oscar 2017:
Melhor filme
“A Qualquer Custo”, de David Mackenzie
“A Chegada”, de Denis Villeneuve
“Até o Último Homem”, de Mel Gibson
“Estrelas Além do Tempo”, de Theodore Melfi
“La La Land – Cantando Estações”, de Damien Chazelle
“Um Limite Entre Nós”, de Denzel Washington
“Lion – Uma Jornada para Casa”, de Garth Davis
“Manchester à Beira-Mar”, de Kenneth Lonergan
“Moonlight – Sob a Luz do Luar”, de Barry Jenkins
Melhor direção
Barry Jenkins (“Moonlight – Sob a Luz do Luar”)
Damien Chazelle (“La La Land – Cantando Estações”)
Denis Villeneuve (“A Chegada”)
Kenneth Lonergan (“Manchester à Beira-Mar”)
Mel Gibson (“Até o Último Homem”)
Melhor atriz
Emma Stone (“La La Land – Cantando Estações”)
Isabelle Huppert (“Elle”)
Meryl Streep (“Florence – Quem É Essa Mulher?”)
Natalie Portman (“Jackie”)
Ruth Negga (“Loving”)
Melhor ator
Andrew Garfield (“Até o Último Homem”)
Casey Affleck (“Manchester à Beira-Mar”)
Denzel Washington (“Um Limite Entre Nós”)
Ryan Gosling (“La La Land – Cantando Estações”)
Viggo Mortensen (“Capitão Fantástico”)
Melhor atriz coadjuvante
Michelle Williams (“Manchester à Beira-Mar”)
Naomie Harris (“Moonlight – Sob a Luz do Luar”)
Nicole Kidman (“Lion – Uma Jornada para Casa”)
Octavia Spencer (“Estrelas Além do Tempo”)
Viola Davis (“Um Limite Entre Nós”)
Melhor ator coadjuvante
Dev Patel (“Lion – Uma Jornada para Casa”)
Jeff Bridges (“A Qualquer Custo”)
Lucas Hedges (“Manchester à Beira-Mar”)
Maheshala Ali (“Moonlight – Sob a Luz do Luar”)
Michael Shannon (“Animais Noturnos”)
Melhor roteiro adaptado
“A Chegada” (Eric Heisserer)
“Estrelas Além do Tempo” (Allison Schroeder e Theodore Melfi)
“Um Limite Entre Nós” (August Wilson)
“Lion – Uma Jornada para Casa” (Luke Davies)
“Moonlight – Sob a Luz do Luar” (Barry Jenkins)
Melhor roteiro original
“20th Century Women” (Mike Mills)
“A Qualquer Custo” (Taylor Sheridan)
“A Lagosta” (Yorgos Lanthimos e Efthymis Filippou)
“La La Land – Cantando Estações” (Damien Chazelle)
“Manchester à Beira-Mar” (Kenneth Lonergan)
Melhor montagem
“A Qualquer Custo” (Jake Roberts)
“A Chegada” (Joe Walker)
“Até o Último Homem” (John Gilbert)
“La La Land – Cantando Estações” (Tom Cross)
“Moonlight – Sob a Luz do Luar” (Nat Sanders e Joi McMillon)
Melhor trilha sonora
“Jackie” (Mica Levi)
“La La Land – Cantando Estações” (Justin Hurwitz)
“Lion – Uma Jornada para Casa” (Dustin O’Halloran e Hauschka)
“Moonlight – Sob a Luz do Luar” (Nicholas Brittel)
“Passageiros” (Thomas Newman)
Melhor animação
“Kubo e as Cordas Mágicas”, de Travis Knight
“Moana – Um Mar de Aventuras”, John Husker e Ron Clements
“Minha Vida de Abobrinha”, de Claude Barras
“A Tartatura Vermelha”, de Michael Dudok de Wit
“Zootopia”, de Byron Howard, Rich Moore e Jared Bush
Melhor filme estrangeiro
“O Apartamento” (Irã/França), de Asghar Farhadi
“Um Homem Chamado Ove” (Suécia), de Hannes Holm
“Land of Mine” (Dinamarca/Alemanha), de Martin Zandvliet
“Tanna” (Austrália), Martin Butler de Bentley Dean
“Toni Erdmann” (Alemanha), de Maren Ade
Melhor documentário
“A 13ª Emenda”, de Ava DuVernay
“Fogo no Mar”, de Gianfranco Rosi
“Eu Não Sou Seu Negro”, de Raoul Peck
“Life Animated”, de Roger Ross Williams
“O.J.: Made in America”, de Ezra Edelman
Melhores efeitos visuais
“Doutor Estranho”
“Horizonte Profundo”
“Kubo e as Cordas Mágicas”
“Mogli – O Menino Lobo”
“Rogue One – Uma História Star Wars”
Melhor fotografia
“A Chegada” (Bradford Young)
“Moonlight – Sob a Luz do Luar” (James Laxton)
“La La Land – Cantando Estações” (Linus Sandgren)
“Lion – Uma Jornada para Casa” (Greig Fraser)
“Silêncio” (Rodrigo Prieto)
Melhor design de produção
“A Chegada” (Patrice Vermette)
“Animais Fantásticos e Onde Habitam” (Stuart Craig)
“Ave, César!” (Jess Gonchor)
“La La Land – Cantando Estações” (David Wasco)
“Passageiros” (Guy Hendrix Dyas)
Melhor figurino
“Aliados” (Joanna Johnston)
“Animais Fantásticos e Onde Habitam” (Colleen Atwood)
“Florence – Quem É Essa Mulher?” (Consolata Boyle)
“Jackie” (Madeline Fontaine)
“La La Land – Cantando Estações” (Mary Zophres)
Melhor maquiagem e penteado
“Um Homem Chamado Ove” (Eva von Bahr e Love Larson)
“Star Trek: Sem Fronteiras” (Joel Harlow e Richard Alonzo)
“Esquadrão Suicida” (Alessandro Bertolazzi, Giorgio Gregorini e Christopher Allen Nelson)
Melhor canção original
“Audition (The Fools Who Dream)” (“La La Land”)
“Can’t Stop the Feeling” (“Trolls”)
“City of Stars” (“La La Land”)
“The Empty Chair” (“Jim: The James Foley Story”)
“How Far I’ll Go” (“Moana – Um Mar de Aventuras”)
Melhor mixagem de som
“13 Horas: Os Soldados Secretos de Benghazi”
“A Chegada”
“Até o Último Homem” (Kevin O’Connell, Andy Wright, Robert Mackenzie e Peter Grace)
“La La Land – Cantando Estações”
“Rogue One – Uma História Star Wars”
Melhor edição de som
“A Chegada” (Sylvain Bellemare)
“Até o Último Homem”
“Horizonte Profundo”
“La La Land – Cantando Estações”
“Sully – O Herói do Rio Hudson”
Melhor curta de animação
“Blind Vaysha”, de Theodore Ushev
“Borrowed Time”, de Andrew Coats e Lou Hamou-Lhadj
“Pear Cider and Cigarettes”, de Robert Valley e Cara Speller
“Pearl”, de Patrick Osborne
“Piper – Descobrindo o Mundo”, de Alan Barillaro
Melhor curta de documentário
“4.1 Miles”, de Daphne Matziaraki
“Extremis”, de Dan Krauss
“Joe’s Violin”, de Kahane Cooperman
“Watani: My Homeland”, de Marcel Mettelsiefen
“The White Helmets”, de Orlando von Einsiedel
Melhor curta de ficção
“Ennemis Intérieurs”, de Sélim Azzazi
“La Femme et le TGV”, de Timo von Gunten
“Silent Nights”, de Aske Bang e Kim Magnusson
“Sing”, de Kristof Deák e Anna Udvardy
“Timecode”, de Juanjo Giménez