Em uma das cenas mais engraçadinhas de “Mulher-Maravilha”, o espião Steve Treinor (Chris Pine) diz ser um homem “acima da média”. O movimento de câmera não permite à audiência conferir a veracidade da informação. Porém, o longa não é sobre um rapaz. Fora dos padrões está a moça, a super-heroína capaz de desequilibrar o front da 1ª Guerra Mundial. Para viver uma personagem tão icônica quanto a heroína da DC, a escolha da israelense Gal Gadot, 32 anos, não poderia ser mais precisa.
Sua estreia nas telonas foi em 2009, no filme “Velozes e Furioso 4”. No longa de ação, Gadot, dona do título de Miss Israel, mostrou os atributos que a credenciaram para viver a amazona Diana. Não se atenha à visão machista, as qualidades dela vão muito além da estonteante beleza. A mulher serviu no exército de seu país, que não faz distinção sexual no alistamento obrigatório, e não pediu dublês para as cenas de ação.
Gadot serviu por dois anos nas Forças Armadas israelitas: o treinamento militar em um exército que vive em guerra com boa parte de sua vizinhança garantiu certas habilidades à atriz. Beleza estonteante e aptidão para ação a tornaram uma escolha óbvia para o papel de Mulher-Maravilha.
Em um mundo que luta pelo empoderamento feminino, a figura de Gadot parece ter sido acertada. Ao menos no quesito bilheteria. “Mulher-Maravilha” superou as expectativas e bateu o recorde de maior arrecadação para um filme dirigido por uma mulher (a diretora Patty Jenkins). Somente na primeira semana, o longa levou 1,4 milhão de brasileiros aos cinemas.
Polêmicas
Ser ligada a um poderoso exército também teve consequências negativas para Gadot. “Mulher-Maravilha” foi banido de países como Líbano e Tunísia em retaliação aos ataques de Israel à Palestina. Politicamente, inclusive, a atriz já se posicionou a favor das ações militares de seu país.
Em 2014, durante um dos conflito entre Israel e Gaza, a atriz postou no Facebook uma foto rezando ao lado da filha. A legenda dizia: “Estou mandando o meu amor e orações aos meus compatriotas israelenses, especialmente aos meninos e meninas que estão arriscando suas vidas protegendo o meu país dos horríveis atos conduzidos pelo Hamas, que estão se escondendo atrás de mulheres e crianças feito covardes… Nós venceremos!!! Shabbat Shalom!”.
Apesar das declarações públicas pró-Israel, Gadot mantém sua vida pessoal reservada. A atriz é casada, desde 2008, com o empresário Yaron Varsano. O casal tem duas filhas, Alma, 5 anos, e Maya, que estava na barriga da sua mãe durante a refilmagem de algumas cenas de “Mulher-Maravilha”.